Software Livre e a sua evolução

Este artigo fui aqui republicado com a devida autorização de Rui Martins do site actualidade.net.

Eu quero GNU
Eu quero GNU

A perspectiva que deve ser tomada quando falamos de Software Livre é a do futuro e da evolução. A importância do Software Livre para o futuro não está nas qualidades ou vantagens técnicas que pode proporcionar determinado tipo de software como o sistema operativo Linux. É inconclusiva qualquer tentativa de comparação de Linux com os sistemas operativos concorrentes, assim como a de OpenOffice com as suites alternativas proprietárias. Fomos criando um esquema de sociedade baseado no lucro onde todos os objectivos giram à voltam da maximização financeira. Foi nesta perspectiva que foram criadas todas as regras e protecções de autoria em relação ao software. É de fácil compreensão que estas, mesmo que moralmente legítimas se entrarmos numa lógica onde a recompensa pelo trabalho é merecida, condicionam e muito a evolução do software em geral. Note-se que a principal ideia associada ao Software Livre assenta na perspectiva de que qualquer pessoa é livre de estudar, alterar e re-distribuir software. São de fácil dedução as proporções que irá tomar a evolução de determinada aplicação quando melhorada e adaptada a diversos contextos por milhares de programadores de todo mundo, ao invés de dezenas de uma única empresa. Para além da quantidade de programadores que podem trabalhar em software proprietário ser substancialmente inferior ao mesmo em software livre, temos ainda a condicionante do contexto histórico-cultural desses mesmos programadores, ou seja, quando uma equipa que desenvolve determinada aplicação é composta por programadores de diversos países e culturas, o software vai resultar de uma vasta gama de experiências diversificadas, logo, uma maior versatibilidade do mesmo.

O monopolismo de que é composto o mercado da informática faz com que nos sejam impostas ferramentas incompletas e com falhas com a impossibilidade de as melhorarmos. Estas falhas não resultam de uma possível incompetência dos empregados dessas empresas mas de uma óbvia incapacidade de dar cobertura à infinidade de contextos a que se pode sujeitar o software desenvolvido.

Se podemos todos trabalhar no mesmo sentido e não numa guerra de concorrências, em prol do nosso usufruto e não de benefícios financeiros, o resultado será uma evolução supersónica na área da informática.

Imaginemos agora esta filosofia de criação e evolução aplicada a toda a tecnologia – hardware e software – esta tomará proporções inimagináveis.

Aproveito a deixa para dar a conhecer o projecto Venus onde é apresentado um modelo de sociedade em que todos trabalham no mesmo sentido, sem interesses financeiros ou políticos, onde o único objectivo é a evolução e a satisfação das necessidades da sociedade.

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